FIAPO DE TEMPO

Voz que passa no fiapo do tempo,

surda cai no branco do papel,

rumina sons incompreensíveis.

O vazio perdido no canto,

nesta tarde sobre cadeira azul

em que se balançam vultos

silentes no vai e vem.

Vestem-se de branco,

ensimesmados em pensamentos

que não são de paz.

Engulo seco diante do aviso

de cuidado com as falhas.

Tudo silencia

nesta falta de poesia.

Sangra em mim a lembrança

e escrevo placidamente

sobre o macio dos olhos seus.

Encosto a porta,

entrego tudo a Deus.

18:20

25.03.2014

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 25/03/2014
Código do texto: T4743498
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