Poema 0089 - Enganei a morte
É noite! Mais uma vez enganei a morte,
nenhuma dor, nenhum carinho,
nenhum sentimento, nenhum amor,
nada morreu, e ainda estou aqui...
Mais uma vez enganei a morte,
mostrei meu sorriso atrás do teu,
fiz arder minha pele, dentro e fora,
o coração, meu e o teu, ainda vive.
Outros mil dias enganarei a morte,
separados, não por muito mais tempo,
juntos, assim venceremos,
vem logo ou morremos separados.
Amanhece rápido, preciso ficar atento,
ela ronda minha paixão,
furtiva, ataca meu peito,
me protejo ao sol, bem antes, era lua.
Voltarei ao vento, à chuva, à água,
quero todas as intempéries,
explosões de mares, céu, inferno,
menos morte, menos amor impuro.
Enganarei quantas vezes for preciso,
que matem a morte, que matem,
que sumam a morte da minha morte,
até que ame, até e enquanto te amo.
12/12/2004