CAI A TARDE
(Sócrates Di Lima)

Cai a tarde,
Assim, desse jeito,
E chuva abençoada invade,
A janela aberta do meu peito.

Inunda e afoga as minhas mágoas,
Transborda nos olhos como as saudades,
Faz em meu corpo lagoas,
Das chuvas de tantas vontades.

Cai a tarde molhada...
Banhada na chuva que havia tanto não via...
Que pela janela sinto uma sensação gelada,
Como a ansiedade de um bem querer em poesia.

Cai a tarde serena e bela...
Onde a chuva faz um sonido silencioso,
E a brisa que entra pela janela,
Acaricia-me como um beijo fogoso.

Um beijo que vem de tão distante,
E eu por certo nem sei...
Se é um beijo de saudade de uma amante,
Ou um beijo de alguém que eu não beijei.

E assim cai a tarde aqui em mim...
Depois de  um tanto atarefado dia,
Que num repouso nas entrelinhas assim,
Desapego-me de tudo e faz chover na poesia.

Ah! De onde tu estiveres, por fim,
Talvez pensas que eu penso em ti,
Não sei, só sei que tem sido assim,
Tu pensas ai e eu penso aqui....

Posso estar enganado...
Somente eu estou pensando em ti,
Mas, não importa, vale também o meu lado,
Mas quero que saibas que em pensamento estou ai.

E se náo me chamas...
e nem ouço tocar o telefone,
Nem importaria se a chuva que la fora derrama,
Não viesse com a saudade que chama ao interfone.

Cai então a tarde sonora...
Com a chuva que banha a vida lá fora...
Sem querer inunda minha alma agora,
Na saudade que por hora insiste em não ir embora.

APENAS UM POEMA







 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 11/03/2014
Reeditado em 12/03/2014
Código do texto: T4724576
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