Monotonia
Por entre fendas estreitas no teto
Surge o pingo incolor, cristalino
Toca o piso, de manso e se espalha
Rebate preciso. O alvo não falha
Certeiro no rumo, no prumo ele vem
Exato no tempo, perfeito ele cai
Um, dois, três...dez...vinte...cem...
Derradeira e pesada gota lá vem
Se estica. Se encolhe. Cai. Não cai
Se desprende, por fim!
Trovão forte! Silêncio rompido
Providência irritante...Dor nos ouvidos
Plim! Plim! Plim!
Na vasilha que acolhe a chuva
Que molha o quarto, o prédio, a rua...