Poema 0084 - Extremos dos corpos

Hoje nossos corpos se externaram,

gotas rolaram o rosto até abaixo dos lábios,

o gosto ficou fora da boca,

como o beijo que não houve.

Entre nós apenas um longo silêncio,

a vela está no fim, o escuro ronda a sala,

te espero ansioso,

uma das mãos acaricia o rosto, é o sinal.

A noite pode ser plena de carinhos desejados,

uma imensa onda de alegria invade os sentidos,

o gosto do vinho sai da garganta,

acontece o beijo... agora, somos a noite.

Tempestades acontecem, uma após outra,

os corpos sentem e refletem como dois espelhos,

pelos atalhos, líquidos, de repente, relâmpagos,

os extremos se fundem em um longo gozo.

10/12/2004

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 19/02/2005
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