vazio
o inferno é esse, errar o passo
perder o meio fio da estrada
engasgar-se nos pensamentos
beijar os detritos da psicose
violentar a inocência
e como se alma não fosse
vestir o esquecimento,
num lance de escada
enterrar o sofrimento
na vala do ventre
que venham os vermes
e revelem os pecados soterrados
carne e unha, chama e fósforo
sem cascas, sem casa, sem asas
unguento amaldiçoado
e no coito entre vida e morte
perder o cio da meada
encobrir-se do alheio pó
ser um sanguessuga
e... mais nada...