SILÊNCIO
Ouvir eu quero o silêncio...!
Silencioso e antigo!
Aquela voz pelo vento
Pedindo em nós um abrigo...
Abrigo calmo e sereno
Assim vedado ao perigo
Despreocupado do tempo
Do contratempo inimigo...
Então depois do silêncio
O amanhecer terá voz
Na voz do pássaro ledo
Que pelo céu vai veloz...
Escutarei do arvoredo
A voz de folha a vencer
Do galho ao chão descaindo
Quando do talo ceder...
Ouvir a voz das cigarras
Ouvir o dia fluindo
E os sons das coisas mais raras
Até a tarde sorrindo...
Ao fim do dia o velório
De todo som deletério
Ouvir enfim do zimbório
O estrelar do etéreo...
No copular de um brilho
A lua e o branco marmóreo
Vai pela noite que trilho
O meu olhar em seu “oreo”...
E no silêncio da noite
Buscando o breu ao deitar
Logo ao dormir levo ao sonho
O meu silêncio a velar...
Autor: André Pinheiro
26/01/2014