Poema 0079 - Homem comum
Penso que sou um homem comum,
tenho meu jeito próprio de sentir, de olhar,
tento também ser um bom ouvinte,
não sei se sou a pessoa certa,
nem sei se existe tal pessoa.
Gosto de ser carinhoso,
dar e receber, tudo muito,
quero que me toquem o rosto, o sexo,
sem pressa, devagar, com calma,
nada muito complicado.
Gosto da paixão, falar de amor, todos eles,
entregar meus sentimentos mais puros,
dizer carinhos sussurrados no ouvido,
sei onde procurar as carências,
encostar no corpo até fazer perder a cabeça.
Fazer loucuras? Sempre...
Tenho que vez ou outra me perder,
abrir caminhos, beijar de língua, atacar toda,
atrever minha mão por debaixo da blusa,
tudo até perder o ritmo da respiração.
Posso ser aquele amigo da hora incerta,
ficar conversando e nem precisa ser de nós dois,
pegar na mão, convidar para um passeio,
sei chorar e choro, não sei fazer chorar,
gosto das lágrimas, me mostram que sou humano.
Quero mesmo é continuar a tirar o sono,
ser inesquecível na hora de fazer amor,
desnudar devagar, um e depois outro,
até pode ser os dois ao mesmo tempo,
desde que os toques dos nus nos levem ao prazer.
Também sei ser pervertido, safado,
sei arranhar as costas, apertar com força,
gosto de beijar os lábios, todos,
não tenho caminho certo, gosto de explorar,
de surpresa, invadir, fazer caminhos diferentes.
Gosto de lamber, mordiscar, sentir todos os gostos,
cada toque, cada caricia, sem planejar,
gosto quando se atreve, me surpreende,
segura firme com mãos que julgava delicadas
e quando marca de batom lugares inimagináveis.
Sou um homem comum, preciso da mulher comum,
aquela que me ame de verdade, que chora, que ri,
que aceite carinhos e que me dê carinhos,
preciso ser amado na medida que amo, ou mais,
tenho sentidos e sentimentos de homem comum.
09/12/2004