Incertezas.

Cubro-me, tento me proteger.

Mas vem um forte puxão que me desnuda.

Fico exposto, envergonhado.

Não sei fazer direito, não sei me explicar;

Desespero e grito...

Um grito vazio...

Incontido...

Um grito que sai silencioso,

Um grito morto.

De um morto vivo.

Desesperado, corro...

Corro atrás de mim mesmo;

Atrás de alguém que ficou perdido

Na escuridão.

Em algum canto de minha alma atormentada;

Que busca respostas...

Que retornam vazias...

E com seu doido vazio...

Preenchem todas as partes de meu ser.

Aceno em desespero e grito, um grito louco - estou aqui, vem buscar-me!

Arranca-me dessa doida solidão.

Desfaz essas incertezas de meu atormentado viver

Lava minha alma de todas as perturbações;

Que todas as incertezas mundanas, tem deixado tatuado em meu ser.

Luz preciso de luz.

Clareia em mim e mostra-me o caminho a seguir.

Estou como o tronco seco.

Que ali parado em sua morbidez

Vez por outra deixa nascer uma plantinha nova,

Mas que não consegue vingar.

Quero renascer de mim mesmo e queimar toda a dor.

Quero refazer-me como se refazem os quebra-cabeças

E a cada renascer, deixar sair de dentro de mim,

Uma plantinha de esperança

De que a vida não é só sofrer

De que a solidão é passageira

De que a tormenta um dia tende a acalmar-se

E que todos os dias...trazem horas sagradas

Horas sagradas que fazem termos a certeza

De que de alguma forma

Não estamos sozinhos

Perdidos

Ou loucos.

Tony Monteiro
Enviado por Tony Monteiro em 15/02/2014
Código do texto: T4692809
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