Incertezas.
Cubro-me, tento me proteger.
Mas vem um forte puxão que me desnuda.
Fico exposto, envergonhado.
Não sei fazer direito, não sei me explicar;
Desespero e grito...
Um grito vazio...
Incontido...
Um grito que sai silencioso,
Um grito morto.
De um morto vivo.
Desesperado, corro...
Corro atrás de mim mesmo;
Atrás de alguém que ficou perdido
Na escuridão.
Em algum canto de minha alma atormentada;
Que busca respostas...
Que retornam vazias...
E com seu doido vazio...
Preenchem todas as partes de meu ser.
Aceno em desespero e grito, um grito louco - estou aqui, vem buscar-me!
Arranca-me dessa doida solidão.
Desfaz essas incertezas de meu atormentado viver
Lava minha alma de todas as perturbações;
Que todas as incertezas mundanas, tem deixado tatuado em meu ser.
Luz preciso de luz.
Clareia em mim e mostra-me o caminho a seguir.
Estou como o tronco seco.
Que ali parado em sua morbidez
Vez por outra deixa nascer uma plantinha nova,
Mas que não consegue vingar.
Quero renascer de mim mesmo e queimar toda a dor.
Quero refazer-me como se refazem os quebra-cabeças
E a cada renascer, deixar sair de dentro de mim,
Uma plantinha de esperança
De que a vida não é só sofrer
De que a solidão é passageira
De que a tormenta um dia tende a acalmar-se
E que todos os dias...trazem horas sagradas
Horas sagradas que fazem termos a certeza
De que de alguma forma
Não estamos sozinhos
Perdidos
Ou loucos.