CAUSO
CAUSO
No meio da roça
De sangue uma poça
Do amante João
Feriu de morte seu coração
Pobre e doce Maria
Mulher do velho Dito
Enrabichou-se um dia
Pelo rapaz bonito
Na falta do velho
Lá vinha João
Esbelto fedelho
Bom garanhão
Mas Dito
Pelo não dito
Soube do caso
E agiu sem atraso
Pegou do facão
Matou o João
Matou-se também
Corno só no além
Maria ficou solitária
Mas logo surgiu solidário
O Mario boticário
Como remédio diário
E Maria contente
Sempre ardente e atraente
Pra cima e pra baixo
E Mario cada vez mais cabisbaixo
E aí chegou Zé
Patrão de Mario
E quis ser proprietário
Daquela muié
E Mario trabalhando
E Zé se chegando
Até que um dia
Namorou a Maria
E aí todo dia
Era dia de Maria
E o Mario coitado
De chifre afiado
Até que um dia
Mario pegou Maria
E o rito sumário
Levou Zé e Mário
Ficou a Maria
Viúva fogosa
E passado uns dias
Já toda prosa
De braço dado
Com Raimundo ao lado
Olhando de novo
Mais alguém no povo
Pobre Raimundo
Logo seria segundo
E Maria seria
Sempre Maria
Maria de todos
Maria do engodo
Amante da vida
Maria da lida