Poema 0066 - Teu amor, meu
Não entendo teu olhar vazio,
siga o caminho das dúvidas,
encerra tuas dores,
feche no peito, no meu peito.
O não do teu desejo não existiu,
as mãos voltaram-lhe as costas,
ficaram os olhos,
meus e os teus ao longo do beijo.
Teu sabor veio ao meu sabor,
não me orgulho, não mesmo.
Porque não fui antes o amor?
Hoje sou o beijo, apenas hoje.
Teu carinho é vida que me acossa,
como é simples, é nosso simples querer,
enquanto és minha, não serei da morte,
saltarei sobre vidas, todas as nossas.
Neste instante a amizade se foi,
não éramos mais nada além de amantes,
os corpos nos tornaram transparentes,
nas tréguas acumuladas, deixamos de ser normais.
Não saberei viver com amor mutante,
me esconda dentro de ti, no peito,
faça escuros dentro da boca,
com jeito, com gosto, com beijo.
Não sou amor de açúcar, nem sal,
temos perfumes de impuros, o que aguça,
as almas são cartas lacradas nas sombras,
amo como se deve amar uma mulher, assim sempre.
Se for, se o amor for de mim,
tentarei morrer o mais rápido possível,
todos de todas as formas jamais sentirão o beijo frio,
de ti só viverá amor, teu, amor meu...
04/12/2004