NO CAIR DA NOITE
(Sócrates Di Lima)

No cair da noite silenciosa,
Choro sem me derramar,
Não são lágrimas copiosas,
É o pensamento a lacrimejar.

Mas o cração fica firme,
Nem se abala o Senhor....
Parece até um filme,
Daqueles de terror.

Frio e silencioso,
O peito venera a arte,
A beleza do sem entedioso,
Que a alma no sorrir abate.

E a tarde se deitou feito menino,
Manhoso no colo da ansiedade,
As seis horas ave maria no toque do sino,
Anuncia que está chegando a saudade.

No cair da noite a cidade diminui seu ritimo,
Os lares esperam a cada um de nós...
Como a certeza do logaritimo,
Nas ruas não sobra nenhum algoz.

É no cair da noite que me desespero,
Nem medo, nem tristeza, nem solidão,
É apenas o silêncio que eu não quero,
Que deixe triste o meu coração.

É no cair da tarde que os amores ressuscitam,
Como zumbis despejados das nuvens,
Mas no fundo, dessa saudade meus quereres necessitam,
Pois so assim, dentre eles, tu vens.

E assim, já não há sonidos de pássaros solitários,
Nas janelas e nos fios que iluminam a rua...
Somente eu, nos meus interiores imaginários,
Ao cair da noite, debruçado à janela a olhar entre árvores,  a Lua.


 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 28/01/2014
Código do texto: T4668440
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