Flores Aflitas
Não mate a primavera
com teus próprios pés!
Não estrangule as flores
com tuas estúpidas mãos
Não estupre seu perfume
com a lâmina cega da dor
Tende piedade do verde da esperança
Aflita chora como criança
carente do seio da mãe
Ouça o gemido sufocado das rosas
Tão frágeis e airosas
Aflitas e temerosas
suplicam caricias de ilusão
Malditos sejam os fariseus das letras
que todos chaman de poeta
que na crueldade das palavras encerram
a carnificina da natureza
Não sabem que a primavera
é o sal que alimenta a vida
O travesseiro onde o coração da guarida
as ilusões do requiém dos sonhos!
27/01/2005
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