Tenho vários amigos portugueses. outros que não o são, mas moram lá; alguns nem uma coisa nem outra, mas falam o idioma; enfim, para eles e para Eles, a minha homenagem:

Alegres Bondes de Lisboa


Os olhos inquietos não obedecem
A visão ansiosa, também não
Fico com cara de boba, ameninada
Os pés mexendo quase saem do chão

Eles são tão coloridos, serelepes, claros
Antigos, fiéis, arejados,cúmplices,amigos
Quantos segredos ouviram e calaram
Quantos lugares estiveram,escondidos

Alguns beijos roubados, avidamente

Ou resmungos, brigas, desfechos
Em tantos caminhos foram e voltaram
Por tanto mar azul(ejo) se encantaram

De pedras subiram, antigas, ladeiras
e do alto de sobrados, alquebrados
Flores lhes sorriam em gastas jardineiras
de janelas poéticas com vidros bordados

Ficaria aqui durante uma eternidade
Falando de saudade com aquele amarelo Bonde
Melhor farei calando-me, quem sabe leve-me
Alguém , como mágica, até aonde Lisboa os esconde.