piso forte
o barco que te esperava
se foi e teu sono quer voltar...
não acredita que a nado,
a braçadas, com tua respiração
possa tu mesmo seguir teu caminho
lugar inesgotável pelo medo
e pela imensidão que se dá a sombra
mas tu já o sabes desse movimento
muitas vezes atravessou esse
rio tenebroso e quase á porta
da outra margem o teu coração
não aguentou e deu meia volta
como se não pudesse pertencer
a outras margens.
as palavras nesses casos são
pobres e a força necessária
para alavancar tal carga parece
inexistir. muitas perguntas vem
e nem uma satisfaz a tua necessidade
de atravessar. mas a tu eu digo,
como barqueiro que tantas vezes
atravessou o terreno pantanoso
prossiga em teu caminho, firme,
sem receio de que o chão te aguente
porque é de tanto pisar que o chão
fica batido.