das coisas que conversam
Não se desanime à sombra
parca que te arrasta;
labute-a com caneta,
desenhe-a no papelo
em frases ou desalinho
talvez agora
não veja, mas na frente
quando o que é importante
cristaliza, saberá, que não passava
de burburinho, amontoados de
tanajuras dizendo os únicos sons
que a natureza lhes deu
O elo, estranhado pelo
seu olhar de lobo, teme
seu próprio reflexo e desfalece
na esperança de não rompê-lo
pela força.
os olhares brigam e se confundem
diante das palavras, que vem à tona
sem a força da carne e dos sentimentos;
a distância vai aumentando
apesar da proximidade física. e o medo
clarão que nos contrai a inteligência
toma as rédeas e nos força ao fingimento...
não seria muito esperar que ceda
não pela força ou pela verdade imposta
mas pelo comunhão que existem nas
coisas que conversam