Cura

Não lembro o meu nome

Mas se você me chamar, eu irei

Estou doente, mas não quero remédios

A não ser que tenha vida em comprimidos

Não tenho medo de agulhas

Mas tire essa seringa de perto de mim

Não quero que me injetem o ódio

Não olho pra lua quando seu dedo aponta pra ela

Mas vejo seu rosto banhado pela lua

Nem remédios e nem comprimidos curam

Apenas o seu rosto no luar

No meio da indiferença, uma contradição

No meio da noite, uma luz

Efêmera

Sinta o vento que sopra na praia

Vestígios da fúria além do mar

Restos da vida que se dissipa no litoral

Seu dedo ainda aponta pra lua

Seus olhos refletem o nada

É belo, sagrado, profano, soberbo

E tudo

Não peça por justiça, pois vejo seus pecados

Peça misericórdia e redenção

Confesse seus pecados para o mar

O vento leva o sussuro para os ouvidos da deusa

Ela ama e intercede

Nos da a cura que em ti buscava

Sem seringas nem comprimidos, só a vida

Hanttu Monkeymann
Enviado por Hanttu Monkeymann em 06/01/2014
Código do texto: T4638511
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