Cura
Não lembro o meu nome
Mas se você me chamar, eu irei
Estou doente, mas não quero remédios
A não ser que tenha vida em comprimidos
Não tenho medo de agulhas
Mas tire essa seringa de perto de mim
Não quero que me injetem o ódio
Não olho pra lua quando seu dedo aponta pra ela
Mas vejo seu rosto banhado pela lua
Nem remédios e nem comprimidos curam
Apenas o seu rosto no luar
No meio da indiferença, uma contradição
No meio da noite, uma luz
Efêmera
Sinta o vento que sopra na praia
Vestígios da fúria além do mar
Restos da vida que se dissipa no litoral
Seu dedo ainda aponta pra lua
Seus olhos refletem o nada
É belo, sagrado, profano, soberbo
E tudo
Não peça por justiça, pois vejo seus pecados
Peça misericórdia e redenção
Confesse seus pecados para o mar
O vento leva o sussuro para os ouvidos da deusa
Ela ama e intercede
Nos da a cura que em ti buscava
Sem seringas nem comprimidos, só a vida