Visão Noturna
Nos braços das horas
desmaia o dia!
O sol fecha as asas
Reza o terço da agonia
A noite tange a hipérbole tristeza
A alma violácea
chora ao relento
A mão teima em
tecer sonhos impossíveis
A vida aborta a dor
Da madrugada nua
brotam óvulos fecundados
de pólens de amor
As retinas cegas sorriem
Emocionadas choram
Excitadas imploram
o beijo grávido da euforia
O coração brinca com
embrião da alegria
para não morrer
afogado na letargia
do ser em pávida agonia!
20/03/2005