PÁSSARO AZUL

Pássaro azul, que a desventura minha

acompanhou de perto,

esqueça o canto que compomos juntos

para a alvorada que jamais nasceu.

Este mundo não vale o artifício

de duas almas calmas como as nossas!

Pássaro azul, guardemos nosso canto

para outra primavera, pois esta

que brotou agora

não tem alma silente para ouvi-lo.

No entanto, já não tenho, meu amigo,

nenhuma mágoa por nada nem ninguém.

Quanto aquela por quem me viu penar

num anseio sonoro e descontente,

diz a ela que estou indo bem.

Kleiton Muniz
Enviado por Kleiton Muniz em 20/12/2013
Código do texto: T4618748
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