PÁSSARO AZUL
Pássaro azul, que a desventura minha
acompanhou de perto,
esqueça o canto que compomos juntos
para a alvorada que jamais nasceu.
Este mundo não vale o artifício
de duas almas calmas como as nossas!
Pássaro azul, guardemos nosso canto
para outra primavera, pois esta
que brotou agora
não tem alma silente para ouvi-lo.
No entanto, já não tenho, meu amigo,
nenhuma mágoa por nada nem ninguém.
Quanto aquela por quem me viu penar
num anseio sonoro e descontente,
diz a ela que estou indo bem.