TBILISI
Parto em caravana
rumo à Tbilisi,
povo cigano
nenhum engano.
Caravanas rumam à Georgia...
trilhas, fronteiras: Rússia; Turquia; Azerbaijão e Armênia...
Tbilisi, norte do Irã,
Pérsia: povo guerreiro,
sangue de Iansã.
Tbilisianos
ao sul da Georgia,
Tbilisi tece e fia,
jamais desfia a história dos meus ancestrais,
Tbilisi-Oriente,
basta Ocidente!
Parto em caravana,
em fuga,
_ Tbilisi, me oriente!
Campos verdes-neves,
lagos de gelo,
degelo... primavera em flor.
Cidade cercada de montanhas,
os povos e suas façanhas.
Ocidente: vida tacanha,
ladrão Ali Babá e os 40
devolve minha cartilha,
despedaço a última flor,
alfabeto cirílico para mim,
do grego misto latim,
Ocidente desafeto,
vê se entende,
meu nome é Cuibuo!
uaua nana goua yPOK...
ó minha Anna de Tbilisi.
Adeus Órion, Perseus, Andrômeda,
adeus céus do Hemisfério Sul,
rumo norte até a morte,
cidades-trilhas, é caravana:
Batumi, Kutaisi, Stalinir... rio Kura,
Mar Negro, Mar Cáspio -
escapo!
Um novo Ulisses
em busca da Nova Ítaca,
o novo lar,
parte em caravana
rumo a Tbilisi,
e ele não desisti,
ali se assisti o céu do Hemisfério Norte,
e ele insisti em sonhos:
Tbilisi, Estrela Polar!
Parto rumo ao Nostos,
Ocidente canastrão,
usurpador,
ultrajou titios e titias, vovó e bisavó e bisavô,
Marina e Emiliano;
sobrevoo mentalmente verdes vales tbilisianos
e vê bonitas igrejas ortodoxas russas e muçulmana sunita.
Georgia da Abkhásia, da Adjária, dos georgianos cristãos e muçulmanos sunitas;
Georgia (Sacartvelo)
jóia resplandecente
do Oriente.
Prof. Dr. Sílvio Medeiros
Campinas, é outono de 2007.