"Mar de Amor"
Oceano, ao ouvir teu escarcéu de águas,
Varrendo com força as dunas praianas...
Dizem alguns que és furioso e muito bravo,
Mas com o tempo aprendi a admirar-te,
Sei que és bem diferente do que dizem.
As vezes ouço teu grito e tua voz em brandos,
Em outros momentos te vejo sussurrando,
Tens a candura de quem vive amando...
E a fúria selvagem, quando te desrespeitam,
Poluindo tuas águas e as praias sujando.
Vejo tuas espumas, que longe levantas,
E vem branquear como um lençol a praia,
Como a saudar a todos que chegam
ou dar adeus à quem vai embora.
Dê tua pureza eu compreendo também,
A natureza te fêz tão lindo e tão belo,
Trazes com as ondas tuas quimeras...
Esvoaçante e soltos teus longos cabelos,
Vai pouco a pouco deitando na praia...
Entre abraços e beijos com a areia te enrolas.
Quando em criança, sentava a beira-mar,
Vendo o fluxo e refluxo de tuas ondas a girar,
Ficava a imaginar, onde seria o lugar...
Que o céu vinha emprestar a sua cor azul,
Fazendo tuas águas de um tom celestial,
Outras vezes o pensamento vinha diferente,
Ficava a imaginar onde seria o local...
De tuas águas encontrar o verde do campezal,
Fazendo ela ficar de um tom esverdejante.
E o branco das espumas! Onde teria buscado!
Olhando a natureza, por certo, já respondia,
O branco era das nuvens que do céu desciam.
Assim te vejo meu mar de amor,
Que tens a magia de muitos encantos...
Mas, por favor, conte-me teu segredo!
De onde vem este teu azul tão lindo?
E quando queres de verde esmeralda?
Quando mergulho em tuas águas,
Ficas translúcido de um branco cristalino!
Transforma as cores como uma miragem,
O teu mistério continuará sempre infindo,
Fantástico segredo do Criador do Mundo.
Autor: Wilson Rosa da Fonseca