FLASHES

Os flashes da noite,

a eternidade se esvaindo

nos segundos,

a validade vencida

da vida.

A teimosia

da cicatriz aberta

que não cura

a ferida.

A busca

de algum sentido,

no álcool,

nas drogas,

na libido.

A caretice

dos apaixonados,

das canções de amor.

O dia encurtado,

o sol sugado

por fantasmas pop star,

caricaturas de anjos

sem asas.

Os olhos

podem estar fechados,

e nem sempre

sonhando.

A batalha insana

travada no subconsciente,

os contras,

as vantagens,

os sentimentos carentes,

os instintos selvagens.

O não ouvir

os sinos que dobram

como um despertador.

Nos avisos

dos diabinhos desacorrentados

não existe glamour.

De repente,

no fim

um arrepio.

A descoberta

que voar é impossível

que o chão fugiu.

A descoberta

de não se ter

os poderes da Excalibur.

De repente,

no fim...

os sinos poderão

dobrar por você.