MINHAS LUAS
(Sócrates Di Lima)
Não sei o que os sonhos fizeram de ti,
Nem mesmo sei o que fizeste-me assim,
E fazendo o impossivel aqui...
Debato-me para que eu não me esqueça de mim.
Procuro nas noite acaloradas,
A brisa que entra por minha janela..
Dos olhares de Luas enamoradas,
Só me perco no brilho do olhar dela...
E se a Lua me olha com ternura,
Eu pinto sua face na face dela,
Parece uma doce loucura,
Mas, na imaginação encontro-me com ela.
Lua que faz-me sonhar,
Com seus cabelos em cristais,
Chuvas de luzes a me iluminar,
E recebe-la nos meus vitrais....
Dobro-me nos meus ais...
Correndo em sereno noite profunda,
Entre os cantos dos meus quintais,
Recebo o longo abraço que fecunda.
Trago-a para bem perto de mim,
Numa viagem de querer alucinado,
E a Lua num êxtase sem fim,
Faz-me poeta viciado.
Com asas de poeta, na noite debruço,
Divago na beleza de sua imagem,
Olhando pra ela, me perco em soluço,
Pois sei que ali, linda, num olhar de miragem..
E assim me faço em alma alienada,
A espera do encontro de almas nuas...
Se ela não chegou, pode chegar no inesperado,
Pois, em sonhos e poesias, distante, ela se fez Luas.