ETERNAS CEREJAS / REQUINTE EXÓTICO
Não posso negar-me
A taça que me embriaga
Do excesso de vida,
Bebo dela e sorvo tudo.
O que existe em volta
E no vento faz sentir.
A fina flor do fado
A oferecer
O mel do vinho.
Ela, feito copo de cristal
No áspero tronco
Esquecido da árvore.
Flor de néctar contido
Que já produziu
Frutos de que bebi o suco.
E sinto na boca
O doce sabor das eternas cerejas
Que me coloriram os lábios.
Dalva Molina Mansano
É COM ALEGRIA E GRATIDÃO QUE TRAGO O POEMA REQUINTE EXÓTICO, ESCRITO POR TÂNIA MENESES, E O DEIXO AQUI, JUNTO A ETERNAS CEREJAS.
REQUINTE EXÓTICO
*Inspirado no poema Eternas cerejas,da poeta londrinense, DALVA MOLINA MANSANO
A cereja no Martini é paradoxo
Gosto e desgosto
Requinte exótico
A cereja flechada pelos palitos
Bêbada se balança
Entre o fundo da taça
E a boca que a espera
Amargo beijo sem sentido
Engole-se o vermelho
Com as lágrimas
Enquanto se ouve um tango sem destinatário
E se pode então perguntar
Sobre as circunstâncias
E as pompas da metáfora
TÂNIA MENESES