Um Serafim
Eu nada sei do Serafim
Não sei o que quer de mim, esse moço.
Quando me olha com olhos de medo
Quase me implora que o apadrinhe.
Às vezes eu tenho a impressão
De que quer proteção
De que o seu caminhar
São de pés que afundam na areia.
Dizem que o moço às vezes foge sem maldade
Para outras terras, outro destino
E que o seu coração de menino
Desencantado de paz,
Comumente retorna atrás.
E por fim, quando a saudade incendeia
Cede sempre às vontades
Tão distantes das suas, alheias.
Sequer afianço que é esse o seu nome
Só sei que é assim,
No meu pensamento
Dei de lhe chamar, Serafim.