Palavras
Ecoam nas paredes nuas
do cérebro esgotado, as palavras cruas.
Dançam cirandas, sem memória,
sem simbologias,
no silêncio.
O pensamento permanece imóvel,
indeciso, indeciso...
como se acabasse de nascer,
como se fosse apenas morrer.
Percebem-se totalmente nuas
na manhã clara das semelhanças.
Lançam-se como lanças
e saltam
Saltam como grilos para o nada
em busca do significado.
Saltam de si mesmas.
A palavra não dita
renasce num grande questionamento
vivo, vibrante
perturbador