o tronco

Era uma vez,

Uma vez era

A era de uma vez

A vez da Era

Deusa

Sábia

Canoa no rio de uma era

Era

Era era era

Não erro

Ou descalabro,

Mas o manto da tarde

Nos tampando

A clareza,

Sobre imposta na toalha

Da mesa da vista dela

De vez

A fruta pendurada

Na mangueira

Rosnada pelo vento

Na sombria tarde

Dos meus vários passados

Pendurada

Num gangorra imaginária

E ela, a fruta que

Sustenta seu peso no talo

E meus olhos, nela

Sendo ela,

Querendo se pendurar

Perpetuar naquele talo frágil

Verde tão verde

Tão duro tão duro tão molo

Esnobe talo

Num tronco firme

Como a fruta

Verde, alegre, viva

Tão bela

Surrava a tarde nela

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 27/11/2013
Código do texto: T4589121
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