o tronco
Era uma vez,
Uma vez era
A era de uma vez
A vez da Era
Deusa
Sábia
Canoa no rio de uma era
Era
Era era era
Não erro
Ou descalabro,
Mas o manto da tarde
Nos tampando
A clareza,
Sobre imposta na toalha
Da mesa da vista dela
De vez
A fruta pendurada
Na mangueira
Rosnada pelo vento
Na sombria tarde
Dos meus vários passados
Pendurada
Num gangorra imaginária
E ela, a fruta que
Sustenta seu peso no talo
E meus olhos, nela
Sendo ela,
Querendo se pendurar
Perpetuar naquele talo frágil
Verde tão verde
Tão duro tão duro tão molo
Esnobe talo
Num tronco firme
Como a fruta
Verde, alegre, viva
Tão bela
Surrava a tarde nela