COLIBRI

COLIBRI

Eu bem sei o que há nessa caixa entre cabeça e pés.

Evidente, encontrei (não é necessário espalhar), vi

O conteúdo dela, deixemos quieta a poeira, viés.

Se tocássemos o piano - a quatro mãos – colibri,

A largueza entre as margens da partitura, pra nós

- notas de suaves melodias mais que suficientes-

Bateríamos um pano velho que espantasse o pó

E nos sentaríamos ali, graves (e bem silentes).

Seríamos som em si das cantigas sob o sol, ou em dó,

Sós, nau em correntezas, charcos em rochas transformados.

Ouviríamos o conteúdo da caixa, em teclados

Uníssonos, exclusivo concerto, escala baixa

Pois eu bem sei, entre cabeça e pés, o que há na caixa.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 18/11/2013
Código do texto: T4575681
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