COLIBRI
COLIBRI
Eu bem sei o que há nessa caixa entre cabeça e pés.
Evidente, encontrei (não é necessário espalhar), vi
O conteúdo dela, deixemos quieta a poeira, viés.
Se tocássemos o piano - a quatro mãos – colibri,
A largueza entre as margens da partitura, pra nós
- notas de suaves melodias mais que suficientes-
Bateríamos um pano velho que espantasse o pó
E nos sentaríamos ali, graves (e bem silentes).
Seríamos som em si das cantigas sob o sol, ou em dó,
Sós, nau em correntezas, charcos em rochas transformados.
Ouviríamos o conteúdo da caixa, em teclados
Uníssonos, exclusivo concerto, escala baixa
Pois eu bem sei, entre cabeça e pés, o que há na caixa.