MATINAL

(Sócrates Di Lima)

Úbere a minha vontade,
Que fez-me mergulhar em amona,
Solerte minha alma ousa na saudade,
Buscar o abraço de minha dona.

E ao abrir a minha janela,
Nesta manhã de todo dia,
Sinto-me abraçado por ela,
Nesta saudade de poesia.

E voluntariamente volvo minha face ao afago,
Das mãos em brisa que a manhã traz,
Como que em goles a saudade trago,
E meu coração carente se faz.

Fecho os olhos por um instante,
E meu peito aperta nestas saudades,
Uma vontade extenuante,
Lamenta a distância das cidades.

Ouço a sua voz acordante,

 Ainda, sonolenta,
E meu peito ofegante,
Mais de vontade, aumenta.

Quisera ter asas para voar,
Salta desta janela...
E neste tom matinal voo levantar,
E pousar nos braços dela.

Abraçá-la igual ao primeiro ou último abraço,
Aquele que tira o fôlego final,
Profundamente fitá-la neste laço,
E insamente me entregar ao prazer matinal.
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 15/11/2013
Código do texto: T4571741
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