OLHAR SEM DONO
(Sócrates Di Lima)

Como o Sol espia o dia,
Como a Lua a noite espia,
Estrelas olham com fantasia,
O olhar sem dono da poesia.

Olho o olhar da tarde,
Sereno absorve minhas vontades,
Enxergam o fundo das minhas verdades
E se fecham em murmúrio de saudade.

Olhar de saudade do que!!!
Do ontem e do agora!..
Saudade de qualquer coisa de você,
História escrita ou que brota na sua hora.

Olhar sem dono...
Perdido nos entroncamentos,
Fitando o horizonte em abandono,
Expondo em versos os sentimenos.

O meu olhar absoleto,
Sem trégua...
Um olhar estreito,
Ao longo de uma régua...

Olhar de poeta,
Triste olhar de homem menino,
Buscando um olhar na reta,
E nas curvas do destino.

Meu olhar de poesia,
Vendo os versos na escuridão,
Palavras mortas e sem alegria,
Nascidas no breu do coração...

Olhar sem dono...
Buscando o olhar infinito,
Nas noites perdidas sem sono,
Ecos do silêncio em gritos..

Olhar que a alegria nunca esmole..
É como o olhar de um passarinho,
Perdido no nada que o console,
Em busca de outro olhar que lhe traga carinho.

E no olhar da poesia,
Que rima os versos sem querer,
É um olhar sem dono na doce vigilia,
Em encontrar outro olhar que o possa ao longe ver.
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 12/11/2013
Reeditado em 12/11/2013
Código do texto: T4567792
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