GARIMPO DO AMOR
(Sócrates Di Lima)
Escavei as serras dos meus sentimentos,
Garimpei os meus desejos,
Penerei os elementos dos meus entendimentos,
E separei os metas nobres dos despojos
Lavei com os ácidos das minhas tristezas,
Toda as impurezas,
E obtive o metal nobre do amor,
Com todas as alegrias de grande valor.
E assim, livre e como metal nobre lapidado,
Pedra preciosa e valorizada,
Busquei o amor no seu campo minado,
E garimpei os sonhos numa pedra lapidada.
Ah! Que dela fiz minha jóia rara,
Ornamentei meu coração com sua beleza,
Enfeitei minha alma e a fiz cara,
Tão valoroza quanto o amor e sua riqueza.
E assim, o coração dela em mim reluz,
No amarelo ouro e cristais multicolor,
Que purpuriza e me seduz,
A continuar garimpando o seu amor.
Ah! Que toda manhã garimpo a minha saudade,
E me procuro no sorriso dela que me alicia,
Mesmo que enfrentamos a tempestade,
Há que o amor nos orvalhe como a plor em poesia.
E desse garimpo de dupla mão,
Nas minhas mãos entrelaçadas com com ela,
Garimpo seu coração,
E encontro o amor no garimpo dela.
E brota das águas do meu prazer,
Sob o Sol da minha alma atrevida,
A face, corpo e alma dela para ser,
O último garimpo da minha vida.