JANELA VAZIA

A janela da rua resumia,

a vida e os sonhos de Maria.

Moldura de Marias tantas,

confusas, pagãs e santas...

Maria era virtudes puras,

Maria era ardentes loucuras.

Ânsia confusa e resumida,

na dúbia janela, indefinida.

A rua rio de ilusão passageira,

Um dia chamou a Maria faceira,

acenando com loucas paixões...

qual brisa em confusas visões.

Maria, seu mundo, na sua janela,

sonhos profundos que a mente vela,

nos delírios de tantas Marias;

que naquela janela, tudo resumia.

E o rio das ilusões virou correnteza.

E da rua em que navegou Maria,

o que restou foi somente a tristeza,

de um quadro oco - a janela vazia.

ARAKEN BRASILEIRO
Enviado por ARAKEN BRASILEIRO em 07/11/2013
Reeditado em 28/07/2024
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