JANELA VAZIA
A janela da rua resumia,
a vida e os sonhos de Maria.
Moldura de Marias tantas,
confusas, pagãs e santas...
Maria era virtudes puras,
Maria era ardentes loucuras.
Ânsia confusa e resumida,
na dúbia janela, indefinida.
A rua rio de ilusão passageira,
Um dia chamou a Maria faceira,
acenando com loucas paixões...
qual brisa em confusas visões.
Maria, seu mundo, na sua janela,
sonhos profundos que a mente vela,
nos delírios de tantas Marias;
que naquela janela, tudo resumia.
E o rio das ilusões virou correnteza.
E da rua em que navegou Maria,
o que restou foi somente a tristeza,
de um quadro oco - a janela vazia.