DIA-A-DIA

Prego um botão na camisa,

Desligo a televisão

A vida é dura, não alisa,

É fogo ganhar o pão

Seguro a força da crise

Trabalho, busco e não tem

Não há ninguém que me avise

De onde o dinheiro vem

Cheiro um botão de uma rosa,

Agarro a barra da flor

A vida é bem dolorosa,

Não há quem aguente esta dor

Pego uma caneta e escrevo

Um bilheitinho sem fim

Com um lápis preto descrevo

Que meu carinho é assim

Vou simplesmente vivendo,

Sem pretensão de mudar

Meu dia-a-dia moendo,

Como uma roda a rodar