estamos secos

estamos secos, mas não lamuriosos,

aguardando a próxima chuva, mas algo

nos incomoda, pois o céu a azul e decidido

não nos mostra nada, além de sua vingança.

a alegria , antes, abundante, não sabíamos venerá-la;

hoje, rara, fazemos

orações, clamamos ao céu e suas diversas faces

oramos aos santos e aqueles que atravessaram

o portão e encontraram a terra de abundância;

lembro-me do rio que nos banhava a pele

da natureza nos brindando com sua força

e sua coragem, e nós , cegos, nos cumprimentávamos com os umbigos e,

imáginávemos eternos e lúbricos, entretanto

a verdade, filha do tempo, que pensávamos

lugar de consolo, é mais uma pedra que nos

chafurda, mas o fio, cuja força nos lembra

uma linha d'água correndo na falha das pedras

nos diz, tímido, que, de onde vem, há sim,

lugar de peixe e profundeza

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 31/10/2013
Reeditado em 31/10/2013
Código do texto: T4550251
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