ALÉM DA ESCURIDÃO
(Sócrates Di Lima)
Na luz que os meus olhos te iluminam,
Faz sombra nos olhos que me fascinam,
e os meus olhos, quando os dias terminam,
Fecham-se na escuridão dos teus olhos que me fulminam.
E então me fecho na minha própria escuridão,
Das noites que tu não vem,
E a madrugada se faz um turbilhão,
No pesadelo da tua ausência também.
Tu ainda não veio,
Mas sinto que estás a caminho,
Na surpresa, o acaso é um esteio,
Traz-me esperança de ternura e carinho.
Onde está o teu coração,
Senão na minha imaginação!
Para onde estendo minha mão,
Á espera do milagre da tua paixão.
Se veio, não veio, ou, ainda, virá,
Minha alma espera-te chegar,
Venha então, meu tempo não findará,
Enquanto tu não chegares para em mim se sacear.
Não importa o quanto tenha que esperar,
Pelo amor que definitivamente há de me tomar,
Arrebatar-me das experiências de amar,
E fazer-me imortal no amor que quero te dar.
Em tantas luzes que já vivi,
Entreguei-me e decifrei-me sem compaixão,
Por tudo até hoje que aprendi,
Não morrerei sem ti na minha virtual escuridão.
E se o meu coração em fogo,
queimar á luz artificial,
Nuvens de fumaça circundará num jogo,
a queimar na luz do amor imortal.
E assim, quando chegares,
Vinda de algum lugar da minha razão,
Trarás a luz das emoções com teus olhares,
Para que eu vá contigo, além da escuridão.