O TEU CHORO
Amor, quando tu choras,
choras e eu me irrito,
porque todas as horas
naquele mesmo rito,
nos sonhos que tu moras,
faz meu coração aflito.
Amor, não chores à toa,
é esta imaginação tua
que no pensamento vôa,
até ao mundo da lua.
Ela que vagueia e magoa
com sua linguagem nua,
que constante entoa,
como o sino que soa
no campanário escoa
a tua voz rude e crua.
Não chores, como a chuva,
que cai na tarde de verão
porém não cai como a luva,
mas cai como a escuridão
vetando a luz, raios do sol
como uma acerba punição
sobre o tépido lençol,
que sofríamos seu calor,
torturas, gemidos de dor,
o choro vil causador
que amarga o coração.
(YEHORAM)