SILÊNCIO
(Sócrates Di Lima)
Voa.....
Voa a minha liberdade...
Voa aos cantos da saudade,
Pena...
sem pena...
voa para a posteridade.
Voa pena...
sem cena,
no teatro da vida.
Voa...
meu cântico de identidade,
Já não há mais a longevidade,
Nos desejos de sonhar.
Voa...
Pena...
sem pena,
de mim!
E assim,
Passarinhando,
Voa,
A minha felicidade,
Abarcada no porto,
Que ancorou minha alma,
Na maresia serena,
De fim de tarde.
Mar sem conflito,
Que segue o rito,
Do voo da águia,
Sobre o mar da solidão,
Que não me pega não!
Mas,
Acora,
Sem hora,
Como agora,
No meu coração.
Voa a tristeza
que me rodeia,
cerceia,
Tece suas teias,
De saudades...
Como quem quer tomar conta,
Como quem quer ferir...
Como quem quer matar,
Assim,
Do tipo,
lentamente,
Para que a cada segundo,
A alma sente,
O que é,
Amar na escuridão,
Sem que a visão,
Possa enxergar,
Os olhos em garoa,
de quem não pode ver chorar.
Voa...
O Eu...
A alma,
O corpo,
A mente,
Semente,
que não cansa de brotar,
E embrionar,
A saudade,
Que nunca voa de mim.
No silêncio
da pena...
que voa,
Atoa,
na sutil leveza...
Mas presa,
Na minha saudade,
Sem fim,
Sem emoção,
mas com razão,
No silêncio,
do meu coração.