MATINAL CREPUSCULAR
(Sócrates Di Lima)
No limiar crepuscular matinal,
Belo arrebol,
depois de uma tempestuosa chuva, torrencial,
o Sol...
Belo como a luz do olhar de Deus.
Tantas noites em breus,
Tantas tardes morenas,
Tantas brisas de sopros seus,
Como quem sopra a vida em centenas,
Rompe a madrugada a aurora,
Como se jogasse para fora,
Todas as ilicitudes da noite,
Invioláveis viscissitudes....
Ai é a hora critica,
A hora que se apagam as luzes,
Em plena luz do dia,
E nem a poesia,
É capaz de suportar,
E sustentar sua ausência,
É a hora e a vez,
Da saudade chegar....
Uma lembrança de cada vez,
Por vez....
A suplicar!
Então eu olho irônico,
O dia que se levanta,
Vejo que o Sol se levantou cedo,
Sem medo,
Da chuva o esconder...
E em ato de compartilhamento,
De todo o meu conhecimento,
Surpreendo-me com o arco-iris,
Em meio ao sol e ao fim da chuva,
Que como lágrimas,
Ainda serena em minha alma.
Sem que eu dê lugar,
Sem que eu possa resistir,
Então,
Sarcastico,
Ponho-me a rir....
E ingado...
Sem pestanejar,
É a vida...é a vida...
Nesse mais um matinal crepuscular.
Ribeirão Preto-SP.,