SERPENTES
A moça esguia quando serpenteia
na mata, nas pedras, na relva, na areia,
se faz a rodilha num pinote ela apeia
seu bote é certeiro veneno na veia,
a morte aparece vem nos rodear.
Vive na escuridão,
camuflada, sempre traiçoeira,
passa a vida inteira em surdina a esperar.
Em espreita nutrindo a peçonha
quando abocanha não dá pra escapar.
Outras sempre ao nosso redor,
na lida, no peito, na cama,
espalhando a cizânia nos atira na lama,
nos afana voraz a paz e a calma,
chocalhando latente na mente e na alma.
Caudalosos venenos letais
que percorrem o corpo assim tão de repente,
tornam os planos e sonhos mera utopia.
As presas agudas no medo da gente,
adentrando os anseios trazendo agonia.
Saulo Campos - Itabira MG