SERPENTES

A moça esguia quando serpenteia

na mata, nas pedras, na relva, na areia,

se faz a rodilha num pinote ela apeia

seu bote é certeiro veneno na veia,

a morte aparece vem nos rodear.

Vive na escuridão,

camuflada, sempre traiçoeira,

passa a vida inteira em surdina a esperar.

Em espreita nutrindo a peçonha

quando abocanha não dá pra escapar.

Outras sempre ao nosso redor,

na lida, no peito, na cama,

espalhando a cizânia nos atira na lama,

nos afana voraz a paz e a calma,

chocalhando latente na mente e na alma.

Caudalosos venenos letais

que percorrem o corpo assim tão de repente,

tornam os planos e sonhos mera utopia.

As presas agudas no medo da gente,

adentrando os anseios trazendo agonia.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 10/10/2013
Código do texto: T4520058
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