engano

E foi que homem

Eu me tornei

Na labuta da carne

No trabalho diário

Dia após dias,

Sob a chuva e o sob o sol

Incansável, junto, perto

Na estripulia da veia cansada

Na invencível sombra

Nas tramóias dos ilusionistas

Na mentira repetida

Nas pontes que não liga a nada

Eu me fiz homem e me tornei

Terra, verme, raiz e tronco

Incrustados nos ossos e no andar

Eu me fiz homem

Eu me fiz humano

Sem me render, sem me enganar

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 09/10/2013
Código do texto: T4518091
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