Nas tramóias dos ilusionistas
E foi que homem
Eu me tornei
Na labuta da carne
No trabalho diário
Dia após dias,
Sob a chuva e o sob o sol
Incansável, junto, perto
Na estripulia da veia cansada
Na invencível sombra
Nas tramóias dos ilusionistas
Na mentira repetida
Nas pontes que não liga a nada
Eu me fiz homem e me tornei
Terra, verme, raiz e tronco
Incrustados nos ossos e no andar
Eu me fiz homem
Eu me fiz humano
Sem me render, sem me enganar