NÃO TE RESISTO

Não te resisto,

quando você se atira

em meus braços,

com teu jeitinho

de menina sapeca

que nunca cresceu.

Não te resisto,

quando você faz café com pão de queijo,

bolo de milho,

batata ensopada,

quando mato a minha sede

com teu suco de acerola.

Não te resisto,

quando você me leva pela mão

pra passear descalço

na grama molhada,

e ainda dançamos ciranda

depois da chuva de verão.

Não te resisto,

quando você me convida nas madrugadas

para ver o céu estrelado,

e o brilho da lua

fica sempre ofuscado

pela luz dos teus olhos.

Não te resisto,

nas tardes preguiçosas

quando deitamos juntinhos na rede,

e entre abraços apertados

sorrimos e fazemos pirraças

até adormecer depois das três.

Não te resisto,

quando brincamos de pega-pega

correndo por entre os ipês floridos,

sou simplesmente apaixonado

pelo meu castigo

de sempre ter de pegar você.

Não te resisto,

quando você sobe no pé

pra colher jabuticaba,

e depois de adoçar tua boca

com o gosto da fruta madura,

adoça a minha boca com teu beijo.

Não te resisto,

quando contamos segredos

das nossas carências,

quando nossos sussurros falam baixinho

dizendo tantas coisas de paixão

falando tantas coisas de amor.

Não te resisto,

quando você joga o edredom

da cama bem cedinho,

de camisola curtinha,

com cabelos desalinhados,

e fica me convidando pra fazer amor.