SAIDEIRA
Embebedar da água da cana,
cana caiana,
embriaguez que à lucidez afana.
Dizer ao teu ouvido
palavras amenas,
curtidas em tonéis nas canções serenas.
Doce garapa
que dá no melado,
cor de rapadura na pele morena.
Desarrumar toda a dissonância,
no caos do melaço,
a saudade, a distância,
que nos separa
desse tacho,
sob a cachoeira bem no riacho.
Não acho a saída e na saideira,
embriago a retina
esqueço a ladeira.
Saulo Campos - Itabira MG