SAIDEIRA

Embebedar da água da cana,

cana caiana,

embriaguez que à lucidez afana.

Dizer ao teu ouvido

palavras amenas,

curtidas em tonéis nas canções serenas.

Doce garapa

que dá no melado,

cor de rapadura na pele morena.

Desarrumar toda a dissonância,

no caos do melaço,

a saudade, a distância,

que nos separa

desse tacho,

sob a cachoeira bem no riacho.

Não acho a saída e na saideira,

embriago a retina

esqueço a ladeira.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 03/10/2013
Código do texto: T4509817
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