RECADO
Eu sou o pássaro de fogo do deserto,
que veio pousar a teu lado
na doce placidez do seu oásis.
Deixa-me ficar aqui em repouso,
enquanto permitir o seu coração.
Se te cansares da minha presença,
basta que me falem os teus olhos.
e eu agitarei num adeus,
as minhas asas...
Talvez a mim venha,
sem que tu pressintas,
o desejo de partir...
Abandona a ilusão de prender-me contigo.
Lembra-te que a glória maior
está em aceitar a própria sorte.
e, quando na nostalgia
te vier a lembrança do meu canto,
pensa, sem mágoa,
que no areal infinito do deserto.
de solidão em solidão,
um pássaro de fogo agoniza,
cumprindo a fatalidade do destino.