ceder
prensado, vou balbuciando
versos e perguntas,
as ripas das cercas me espreita
e lhes fecho os olhos e as palmas
entro em trilhos absortos,
verto-me na densidade da terra
nas faíscas acesas dos pedregulhos
e meus passos doem pois sabe
que carregam uma vida...
o vento me conta dos rios
dos vestidos, das pernas negras
e enxovalhadas das lavadeiras
me fala também com gestos e
e sua temperatura me põe perto
da minha carne...
e eu dou conta de mim
dou conta dela, e das ramas
que me confunde de medo
então, eu, repente, paro
e deixo que a barragem de
cimento e arame farpado ceda
para o sol derrame sobre a estrada.