O sono da noite
Dormiam todos na noite.
Dormiam sonhos na abóbada do mundo,
os ventres por entre as florestas,
os ventos em meio às areias,
dormia o olhar que o dia segredou.
Vão acordando a madrugada
os carinhos de azuis que se descobrem,
os abraços em raios solares,
os beijos que querem amor
numa nuvem brejeira que os levou.
Despertam-se os horizontes,
descobrem-se os fulgentes brilhos
nas nascentes sem temores,
de cânticos sem soluços
que alguma avezinha encantou.
Como brotando das trevas,
na saudade de quem está longe,
vêm desejos latentes da alma,
nas luzes que inundam a vida
na manhã que ora despertou...