FÚRIA
não quero ser um suburbio
que dispoe de disfarces baratos à rigor
tenho sede que chuva nao mata
essa torrente que me deságua
e eu me tranco e me trinco
nessa alma de verme extinto
explodo nessas guerras mornas
de prazeres condenados
e fúrias contidas
quero fogo sedento e vida cadente
pra que me serve essa boca sem lingua
quando quero gritar na beira do abismo
abismo de coisas medonhas
pessoas que ladram
e descansam o sexo e o sangue
mundos abismos
gritos de não
abismos imundos