MUROS

ventos sobre os muros
arena humana pelas ruas
lago deserto perto
manhãs insanas

talvez haja venda em meus olhos
muralha no coração
quem sabe o perdão seja virgem
ou seja revelação

para salvar algo ainda vivo
no quarto da lua
numa canção solar
no céu explosivo
nas costas do mundo

um dia há tantos fardos
sobre os ombros
um instante
nenhum pensamento
não sabemos como
será a ternura
do dia seguinte

nem a luz
nem água
nem nossa frágil alma
dançando a canção do vento
que derrama-se sobre os muros
da existencia
olguinha costa
Enviado por olguinha costa em 18/09/2013
Reeditado em 23/10/2013
Código do texto: T4487905
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