Insistência.

Rio, 17.09.2013.

Insistência.

Eu insisto no meu canto

e no recanto não obtenho

o esperado retorno,

é possível que eu não consiga

mais tocar ninguém,

que tenha se perdido no meu

escrito um certo adorno,

quem sabe até o ardor dos

meus versos tenha sido

substituído por algo morno.

Ta certo que isso não cala

a minha vontade iniciada

lá em outros tempos

(hoje um tanto abatida,

mas não vencida)

de sensibilizar o outro

através da palavra escrita.

de qualquer forma eu

asseguro que tudo o que

minha inspiração dita,

meu coração anda cheio.

E é um coração que transborda

as vezes amargura,

por ser tantas vezes

partido ao meio.

Eu não creio que eu, mesmo

desafinado e fora do tom,

me torne incapaz de

demonstrar pelo menos num

lampejo esse meu dom.

E que agraciado pelo amor

que me concedem não consiga

mais acessar a verve

de compor um texto bom.

Pode até ser que esteja

fazendo isso em vão,

que seja, a prática também

aprimora a teoria,

mas eu sigo pela gratidão a vida

e pela paixão a poesia.

Clayton Marcio.