vida alimento
A vida empedrada
No fundo da terra
Entremeada nas tripas
E nas carnes rígidas
Da rochas,
No subsolo, nas camadas
Profundas das cavernas;
seu desejo não basta
Empurra as rochas
Seduz, cumpre as
Regras da prisão
E nada disso não basta
O escuro a consome
A dúvida lhe aporrinha
A mentira lhe engana
E sua força não basta
Qual a chave, qual a
Palavra, o sobrenome
Do poderoso, o cargo,
O trono, de qual pilar
A vida se vale...
Se o pilar nada vale
Como sair matar o ídolo
A carapaça, o homem de
Ouro, sem desmantelar o
Curral, como dissolver-se
Nas embocaduras dos olhos
Das mãos, da pele que lhe
Se segura e lhe acorrenta,
onde vale a vida escondida
a vida que dentro fora que
ser alimento